Todos sabemos que o desenvolvimento económico, o dinamismo e a inovação, contribuem para a dinâmica dos espaços, e para uma evolução no que se refere aos seus públicos.
E a cidade do Porto tem tido uma evolução surpreendente nos últimos anos, recuperando a dinâmica empresarial e industrial.
Um estudo desenvolvido pela IDC para a Startup Portugal coloca o Porto como o hub do empreendedorismo em Portugal.
Uma em cada cinco startups encontra-se no Porto.
Num outro estudo desenvolvido pela Delloite - "Urban Future with a Pourpose"- a cidade é referida como um bom exemplo no estímulo à inovação e à criatividade (a par com outras cidades, capítulo dedicado aos Ecossistemas de inovação digital, é uma das três referenciadas: Porto, Espoo (Finlândia) e Nova Iorque (Estados Unidos)).
Exemplo disso é a criação do "Porto Inovation Hub".
Para além desta perspectiva, também as actividades desenvolvidas no âmbito das 12 tendências apresentadas neste estudo da Delloite, a cidade é considerada como motivo de destaque de acordo com os autores da publicação.
Todo este desenvolvimento, a par com as acções que têm sido desenvolvidas na cidade, como a criação (ainda em desenvolvimento) do pólo cultural no antigo Matadouro do Porto, são marcos que transportam a cidade para um patamar de referência a nível mundial, muito para além do turismo e das caves do conhecido Vinho do Porto.
As áreas que o estudo considera são:
Planeamento verde de espaços públicos;
Comunidades de Saúde inteligentes;
Cidades "15 minutos”;
Mobilidade: inteligente, sustentável e "as-a-service”;
Planeamento e serviços públicos inclusivos;
Ecossistemas de inovação digital;
Economia circular e produção local;
Edifícios e infraestrutura inteligentes e sustentáveis;
Participação em massa;
IA aplicada às operações da cidade;
Cibersegurança e consciência pela privacidade;
IA aplicada à vigilância e policiamento preditivo.
E nestas áreas, o Porto também se encontra no bom caminho e é considerada um exemplo.
"Em 2020, graças ao Porto Innovation Hub, o Porto conquistou o prémio Smart City Innovator na conferência Annual Investment Meeting no Dubai, na categoria Future Cities.”
Sendo um país que tem vindo a encontrar o seu espaço e reconhecimento no que refere às startups e ambiente empreendedor, e onde o Porto reúne 1/5 destas e o Norte com 43% das "startups" e "scaleups", assim como um honroso 12º lugar a nível europeu, para além de outras menções a este nível, o que falta para um maior investimento a este nível na região e na cidade?
E o nível de vida vai ter a mesma evolução que esta dinâmica empresarial?
E que implicações podem ser retiradas no que se refere a outros investimentos, nomeadamente na área imobiliária?
Como sabemos, o aumento da atractividade de empresas tecnológicas ou outras, requer um aumento da disponibilidade de espaços que se adequem aos estilos de vida e às necessidades destes trabalhadores. Mesmo que muitos trabalhem remotamente, principalmente após a evolução que o trabalho tem estado a ter com a pandemia e as suas variantes, haverá sempre uma aproximação e a criação de uma atractividade para novos "habitantes" e que se propaga com o reconhecimento e a notoriedade que as regiões vão ganhando.
Iremos ter na cidade um crescimento de espaços de co-living e na lógica da partilha, quer em termos de habitação, como de trabalho?
Que os investidores se comecem a distanciar de um modelo unicamente local ou dedicado ao turismo (seja com hotéis ou estruturas similares) e se comecem a vocacionar para espaços adequados a estes trabalhadores.
Uma alteração do modelo de estritamente de venda, para o da gestão de estruturas residenciais, com valores que se adequem aos diferentes públicos e segmentos.
Que de todo o modo, dadas as evoluções das estruturas familiares, em muitos casos se vai adequar à restante população.
E pode ser que seja a forma de reabilitar muitos edifícios, em áreas diferenciadas da cidade, e que se encontram fora das chamadas áreas de contenção, e que poderão representar uma reconversão desses espaços e artérias que se estendem muito para além da parte mais antiga da cidade.
Uma dinâmica que poderá transformar muito para além deste dinamismo tecnológico e de inovação que tem merecido o reconhecimento e que deve ser continuado.
Acha que esta será a possível transformação da cidade e da região?
Deixe a sua ideia ou opinião para que possamos desenvolver diferentes perspectivas e constructos para o sector da habitação e do investimento.
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