Um mercado imobiliário que se mantém irrequieto...
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Um mercado imobiliário que se mantém irrequieto...

Acompanhar os mercados hoje não é tarefa fácil.

E o mercado imobiliário não está mais fácil.


As notícias que vemos desenrolar nos nossos écrans deixam-nos por vezes estupefactos com a variedade de movimentos que vão acontecendo nos diferentes "mercados imobiliários" que vamos acompanhando.


Alguns exemplos são títulos, como por exemplo:


"Custos de construção a subir 1,8%"

"Habitações do turismo de habitação a sair para o arrendamento - 4700 em Lisboa e Porto"

"Casas de luxo continuam com a sua performance de venda"

"Portugal o novo paraíso de investimento (concorre com países como a Grécia ou Malta)"

"Incentivos para morar no interior do país"

"Crescimento do sector continua"

"Quebras de vendas somente em algumas zonas do país, noutras continua o crescimento"


Estes são alguns, poucos. exemplos de situações que parecem contraditórias em termos de movimentação, mas que acabam por ser substanciadas por números e estatísticas, muitas delas oficiais.


Uma das mais recentes, e relacionada com as moratórias, é relacionada com os cenários que são colocados com o aproximar do seu fim (esperado para o final de Março numa primeira fase e para Setembro na segunda). Tanto para particulares como para as empresas.


Mas como será que todas estas movimentações vão afectar o mercado, por exemplo, habitacional no curto-médio prazo?

Será que as vendas de habitação de luxo vão permanecer, principalmente se os chamados Vistos Gold forem vedados (como previsto) para as grandes cidades do litoral?


A continuação da situação pandémica, e eventuais retrocessos no desconfinamento, no atraso das vacinas, nas novas variantes, vão provocar uma queda abrupta, no que em alguns países (tanto europeus como do continente norte americano) já é considerado como uma bolha especulativa (e já tivemos essa experiência recentemente)?


Como colocar as coisas em perspectiva?


Muitos destinos começam já a apostar em soluções voltadas para as novas gerações nómadas, nomeadamente das que demonstram um crescimento continuado com o advento do teletrabalho.

A situação económica, particularmente com a falta de vacinas e com o surgir de variantes do Covid 19, ainda está longe de estabilizada. E desde a conversão de espaços comerciais em habitações, ou o desaparecimento de muitos negócios, a construção orientada para as empresas também se demonstra uma incógnita. Particularmente numa fase em que se reequaciona toda a lógica da forma de trabalho que está associada aos serviços, particularmente das empresas tecnológicas.

Como será o regresso? Vai haver regresso?


Certo, pelo menos no curto prazo, é que há movimentações e aquisições que permanecem a não encontrar as soluções por parte do stock de casas disponíveis. No entanto, a disponibilidade eventual de casas "usadas" (resultante de alguns destes cenários), assim como o arrefecimento que poderá subsistir este ano ao nível económico, poderá colmatar ou reduzir alguma dessa procura voltando a deixar algum do investimento residencial numa fase de desaceleração?


Certo é que os comportamentos dos consumidores não se encontram numa bola de cristal, nomeadamente no tipo de soluções e decisões neste âmbito.

As alterações sociais têm tido muitas convulsões, particularmente num ano de incertezas e convulsões, como ninguém das gerações vivas, algumas vez assistiu.


As suas consequências ainda estão longe de estarem definidas ou de haver certezas de quais serão os resultados.


Mesmo existindo valores avultados no chamado "pipeline" de investimentos previstos, será que todos vão ser concretizados no médio prazo? E esses investimentos, sem um conhecimento do mercado ao nível do consumidor e das suas expectativas e desejos, vão de encontro aos seus desejos e necessidades? Ou foram pensados, desenvolvidos e licenciados ainda numa fase pré-pandemia?


Alguns investimentos, principalmente com origem em países europeus onde a tradição do arrendamento é um dado adquirido, voltam-se para esse segmento. Algo a que o português médio tem demonstrado alguma aversão dada a comparação de valores mensais de uma renda e uma hipoteca.

Será que teremos, com as novas gerações, um regresso a um mercado de arrendatários voltados para a liberdade de movimentos e nos vamos afastar das soluções junto das instituições bancárias?


Também um movimento voltado para a poupança de capitais iniciou-se, mas será que vai ganhar dimensão com a falta de rentabilidade dos capitais, ou será fundado no sentimento de necessidade de protecção e prevenção para tempos conturbados?

Ou os desconfinamentos, o revenge shopping, a vontade de viajar e de liberdade vão reduzir essa riqueza acumulada.


Muitos tinham a expectativa de que o ano novo iria trazer um fim definitivo para uma situação que alguns esperavam um dia acontecesse e que acabou por ser neste início de década.


Torna-se cada vez mais necessário que todos os investimentos passem por uma análise e estudo estratégico criterioso, pelo conhecimento de quem são aqueles que podem constituir os nossos clientes e fornecedores.

Analisar e traçar cenários é mais do que um "exercício de café". Mas pode ser fundamental para o resultado positivo e de maior rentabilidade de qualquer investimento nesta área imobiliária. Um investimento no conhecimento pode resultar em melhores retornos no futuro.


É algo que iremos tentar explorar nas futuras publicações.


Gostaríamos de contar com a vossa colaboração. Tem ideias ou questões a levantar?

Deixe nos comentários ou mande-nos um email.


Quem sabe conseguimos encontrar uma resposta em conjunto...

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